quarta-feira, 21 de maio de 2008

Terráqueos



sangria
de indolência
de impaciência
de agonia

sangria
matando seus companheiros
porcos, cabras, carneiros
sem ao menos respeitar
aqueles que vivem
mas não sabem falar

sangria
de preconceito
sexismo, racismo, especicismo
superioridade
alterando cursos
de vida, fertilidade

sangria
passando por cima do criador
criadores de atrocidades
rondando lucros
por ignorância
fechando,
e abrindo todos os cárceres

sangria
não cessa por querer
querem mais
tudo por
causa do suposto poder

sangria
nada podem os fracos
vendidos à indústrias
em peças ou em pedaços
no corpo dos outros,
casacos

sangria
ostentando peles macias
vindas da incessante sangria
sangria
eles choram
enquanto seu sangue escorre
por entre os ralos de crueldade
jogados a própria sorte

sangria
usinas de crueldades
sangria
quando vai haver paz
entre a espécie mundana
e os inocentes animais
vivissecção
experimentos crueís
sem experimentar a dor do outro

sangria
espécies do mesmo planeta
avarias
dor,
terráqueos des-humanos
“donos” do universo
causador do fim da própria vida
no Universo
Já que dele fazem parte
todas as crias
mas para eles o primeiro lugar no mundo
e para todos os outros
o resto...


Pequena.

E pra quem quiser saber de onde surgiu minha revolta assistam alguns trechos:










quinta-feira, 15 de maio de 2008

Artéria






















as artérias de São Paulo estão entupidas
olhem, por todos os cantos as ruas e avenidas
sinto a falta do estado desértico
em meio ao turbilhão de propaganda
e informação, me perco nesta dimensão
o barulho...
vou embora, é preciso ficar mudo
a falta de respeito, o absurdo
é preciso ficar surdo
viajar pra dentro do próprio corpo
mas se gritar, pode ficar rouco
mas se correr, pode ficar louco
as artérias, pulsando, no pulso
o tempo não pára de correr
e quando alguém perde um segundo
fica por morrer, o relógio comanda
aqui na Babilônia, manda quem pode
podres poderes, migalhas dadas aos pobres
tudo que temos, desordem
o sistema é quem ordena,
comanda sua vida, mantém o controle
através de olhos mecânicos
observam, sua entrada e sua saída
aqui na Babilônia , prédios de luxo, restos
de comidas, as artérias estão entupidas
a Babilônia não está tão longe
seja cuidadoso, porque um dia
ela te consome
entope suas artérias e do mundo
você some!
Pequena.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Espirais em um mundo submisso

Espirais em um mundo submisso
É meu conflito
O preto e branco do quadrado
Eu analiso
Espremendo todo dia meu círculo colorido
Dói por dentro e aperta o peito
Os caminhos mais felizes são estreitos
O grito é mudo
Exterior não conta nada
É burro
O Buraco fundo limita os sonhos
Expondo delírios ao planeta estranho de impossível passagem
Só há lugar para o fundo da boca
Que cospe a incolor viagem subjetiva da mente
Transparece silenciosa, o que sente
Esculpindo contrações espasmódicas do diafragma
Tenta-se a todo o momento
Resgatar o ausente encanto
Em meio a milhares de pensamentos
Insistentes, intactos
Alívio estudado
Conclusões de somente estados
Entre feridas expostas do passado
Machucados não presente, recordados
A caixa mágica não permite aprendizados apagados
Exercita-se sem maldade
O sonho de liberdade


segunda-feira, 12 de maio de 2008

O Diálogo Poético

Diane: nascendo pra poesia, Marisa, Diane, pensamentos em alegria, dialogando longamente sobre assuntos da vida.

Marisa: idéias interligadas, construindo a própria estrada, nascendo pra poesia. A teia da alegria, tecendo, renascendo.

Diane: Para o novo, para o velho... Sentimentos com coração, sentimentos eternos na construção do céu e a destruição do inferno.

Marisa: É natural, não há explicações, nem nada parecido que se mostre tão original... A submissão das idéias é recíproca, trocadas elas seguem.

Diane: Até que se encontram e nunca mais se perdem.

Marisa: A arte de emoldurar palavras.

Diane: Enquadrada na verdade.

Marisa: Pintar a tela da vida com os pincéis da sabedoria adquirida pelo tempo, sopro do vento.

Diane: Contando segredos de meninas, verdades adquiridas, pintadas com amor, pintadas com vontade. Seus meninos conservando o sorriso constante, segredo de rosa, assim é nossa prosa.

Marisa: Processo de transfiguração, em instantes entra em ação; Como tufão, vulcão, tornado, furacão. Enroladas as palavras, no redemoinho da estrada.

Diane: Com poeira, com pedrinhas, gotas de água tão e somente encontradas

Marisa: Elas seguem para sempre, atravessam ruas infinitas, nunca sem saídas, bela de verdade, sim, é nossa vida.

Diane: Garimpando e transformando o que está escondida por baixo do pano.

Marisa: De menina, de mulher, de criança, de sonhos, de desejos, de momentos. De excêntrico, do surreal, do inatingível ao ser normal.

Diane: Não escondemos nada, alegrias, medos, tristezas, representadas... Laços e fitas enfeitando a chegada enfatizando idéias irrigadas.

Marisa: É só pensar, deixar fluir, tudo então sair, natural, como o instinto de um animal, que não falha, não espera, faz acontecer.

Diane: Sem perder o momento pra poesia existir, de tudo fazemos arte. Sem precisar copiar coisas existentes nossa mente não desmente o que por dentro está latente.

Marisa: Tem dia que a inspiração pega carona com o sol da manhã, e então quando menos se espera, larga-se tudo que faz para sonhar e acreditar.

Diane: E fazemos do sonho verdade pra podermos de novo acordar, recriarte, poesia-pensamento, surrealista.

Marisa: É arte! E nada é motivo para não lapidar o papel... Com tristezas, petrificamos gotas salgadas... Com alegrias, somos capazes de descrever o encanto do céu
Diane: Que chega sem fazer alarde, quietinho como uma nuvem faz, deciframos tudo querendo achar a paz pra repousar nosso contentamento mesmo quando tudo está doendo

Marisa: A capacidade arte nasce com você, Existir é muito mais do que viver, apenas ser... È a formada opinião sobre o que mora dentro de nosso ser.

Diane: Mora dentro de nós, desejos de transformação, necessidade de transformar a vontade em ação a saudade no encontro diversão, risos soltos pela esfera terrestre sem perder a direção quando tudo nos acontece.

Marisa: E mesmo quando a dor bate a porta, entra sem pedir licença! Dona mal educada!

Convidamos a sentar na melhor poltrona da linda sala, que existe dentro do coração. Se faz morada enquanto pode, porque não tarda e logo explode, desejo forte, poesia, acorde! E para o preto e branco, originais cores fortes.

Diane: VERMELHO, AMARELO, AZUL, CORES PRIMÁRIAS, primando pela consciência, ascendendo essências acesas. As idéias não cessam, saindo sem parar, construindo o diálogo até o fim raiar, pedimos licença à dor mal educada, por favor, saia de todas as vidas e esqueça a porta de entrada.

Marisa: Porém se quiser voltar, sabe o caminho, ouse tentar! Expulsada será, pela arte encanto estado, de alegria, em que para sempre a alma irá ficar. E quem disse que só é poesia a que foi feita pra rimar? Não precisa ser exata, é sentimento solto no ar. Se quisermos escrever, Tic Tac sem parar, a poesia do relógio então, vamos formar; Engraçado, é tão sublime, que rima sem parar, natural, arte, arte, perfeito, como a linha traçada para o céu do mar, separar.

Diane: Sem parar, o processo é longo, criativo, espontâneo, sai da cabeça sem ao menos pensar, se foi pra concluir uma idéia ou se simplesmente foi pra rimar, a gente rima é com a vida, rima arte com start, assim que faz tudo funcionar... É dada a largada basta uma acender a idéia e temos uma fogueira repleta de coisas simples, bobas e também sérias. Levamos a verdade a sério, contemplamos o belo, o feio, a miséria e a fartura, e sabemos diante de tudo que a vida é dura... Duração rápida, ação.

Marisa: E o diálogo não cessa, É tão perfeito que o fim para mim nem interessa, se preciso for, transformar toda e qualquer dor em prosa, rimada, escrita, cantada, para sempre estarei nos caminhos dessa estrada. A hora do fim não é escolhida pela razão do poeta, o coração é que manda. De escrever, a mão não cansa. Pequenas crianças, sou, pequena, Marisa, Diane, avancem pra luz

Diane: Pois é ela que nos conduz, tudo é uma inspiração divina, e tudo isso nos basta, mesmo se o tempo parar, as idéias não param no tempo, contidas no mesmo plano, desenhando a reta com todas as palavras corretas, corretas por virem do coração, não pela lei da gramática, criada para conservar o que a sociedade designa para poder nos comandar, sem comando a nossa vida desce a ladeira, carnavaliza a carne e tudo se põe de ponta cabeça. Somos do avesso, avessas às idéias retrógradas de uma sociedade sem critérios, mas quem sabe nossa poesia seja o remédio.

Marisa: E os povos dormem acordados, olhos aberto, inúteis, carregam pesados, o "nada", perdido, embolorados de preguiça, de impor o que é real. Sociedade normalizada, camuflada por poderes. Para nós, desprezados, afinal, impedir-nos de expor nossas idéias de tão sublime encanto natural; Tapa na cara, despejamos no mal! Será que é difícil levantar do sofá? Será que é dolorido acordar, e não esperar? Que façam alguma coisa pra mudar, em seu lugar?

Diane: Ligar o amplificador é um começo, disseminar a idéia para aqueles que acham o sofá um belo lugar, gritar bem alto no ouvido pra ver se os zumbidos libertem as amarras sociais e percebam que todos somos iguais, chega de fechar os olhos pra tudo que nos saltam aos olhos, a pobreza de espírito, avareza, mentiras ditas com naturalidade assim, é configurada o caráter da sociedade, nunca fujam da moldura, teremos o controle dos seus pensamentos, no sofá aí largado tem um controle que será desligado, sintonize a rádio-cabeça, vaporize-se.

Marisa: Nunca fujam da realidade, segurança para reprimir o povo? Antes fosse um pintinho, dentro da casca do ovo, que, sem pudor, vive a vida a seu dispor. Mas ó que contradição a vida: carne do bichinho pra comer, assim é lei? Rotulada pelo homem de carne, porque o “Homem luz” não nos obrigou, determinou, matar vida pra vida continuar. Não é difícil abrir os olhos pra realidade enxergar!

Diane: De olhos bem abertos é possível enxergar o fim da estrada, possibilidades de se libertar do rigor da sociedade, deixar tudo que é repressão jogados no caminho pelo chão, seus dias de máquina terminaram, diga adeus ao uniforme, e vista-se com o velho.

Marisa: Vista-se com o simples. Vista-se com o original. A originalidade não é rotulada, nem imposta, acorda! Aurora termina às dezoito horas, mais a próxima renasce as seis, se é diferente para nós, porque não pode ser pra vocês? Digam adeus então, aos dias de repressão.

Diane: Diga adeus e deixe o sol brilhar, porque és livre, acorde mesmo antes que o mundo gire, gire o mundo e sua vida mudará em segundos há espaço suficiente pra caber tanta gente, os espaços físicos são limitados, mas os espaços da mente são inacabados... Acabem c/ as fronteiras, siga reto vá até a beira, sente pense e observe, afinal de contas para q. a mente serve?

Marisa: O ciclo desejado, e a mente ferve, faça-a ferver, a mente serve para engolir os pensamentos, degustá-los de maneira que a realização pessoal seja mais importante que imposições e mandatos de ordem de cunho imoral, realidade banal pra afastar. A decisão é sua, desejar o fim e a paz se fará, para a rosa da vida desabrochar, para o inicio retornar, a escrita encantar olhos e corações, de diferentes nações.

Diane: Antropofagia a palavra para o fim da agonia, ruminar, degustar, engolir e vomitar o que está guardado no pensamento, não deixe do lado de dentro, seja ao menos um pouco imoral, sem imposições pessoais, coloque tudo pra fora, coloque antes que você morra de tédio, desligue a TV. Olha para a natureza, e verá que ela também é você, mas não se prenda às receitas, esqueça o modo de fazer.

Marisa: É a mágica receita do prazer! Esquecer as regras, fugir do dever... Essa sim você pode se prender... Bebia-se dos rios a pura água, e não faltava pra você, quando não existia TV, em qual mundo quer viver? Esse é o convite para mergulhar dentro seu próprio ser, assim como nós, para sempre fazer o que for preciso para purificar o interior, acentuando com fervor, as delicias que te ofertou, o esplendido criador.